Oliveira

 

 

Oliveira

Nomes populares:  oliva ( Espanha), olive ,azeitona, oliveira,( Inglês,Françês) , olivo  ( Italiano), olbaum ( Alemão)

Nome científico:   olea europeae L.

Família:   Oleaceae

História:

A oliveira é considerada a rainha das árvores e uma das mais antigas. O ramo da oliveira tem várias simbologias como: vitória, paz, progresso, abundância, sabedoria, justiça e fertilidade. Foi utilizada para práticas religiosas e a tradições, usos culinários e medicinas. Na bíblia existe referências sobre a oliveira que  surge quando Adão e Eva foram criados. Existe uma lenda que conta quando Adão fez 930 anos lembrou-se que o Senhor lhe tinha prometido o óleo da misericórdia para a redenção dos seus pecados e dos da humanidade. Enviou o seu filho seth ao jardim de Éden, onde um querubim lhe deu três sementes da árvore do bem e do mal. Essas sementes germinaram na boca de Adão após à sua morte e dela nasceram três árvores no cimo do monte tabor: Oliveira, o cedro e o cipreste. Também existe outra referência que Noé enviou uma pomba branca para saber se as águas do Dilúvio já tinham baixado, a pomba regressou com um ramo de oliveira. Na Grécia antiga, a oliveira serviu para vários fins: As mulheres que tinham problemas férteis e desejavam ter filhos permaneciam longos períodos à sombra da oliveira para que o seu desejo fosse concretizado. Outra lenda conta que os deuses gregos Poséidon e Atenas discutiram sobre quem daria o nome à cidade que mais tarde ficou conhecida como Atenas. Para acabar com a discussão resolveram que aquele que oferecesse a melhor oferenda à humanidade teria esse privilégio. Poséidon lançou o seu tridente sobre a praia e imediatamente apareceu um cavalo. Mas Atenas arremessou a sua lança contra o chão e daí nasceu uma oliveira. Foi a deusa que ganhou, pois a oliveira é símbolo de paz. Após à conquista da Península Ibérica os romanos ficaram maravilhados com o azeite que o  exportaram para a Roma. No reinado de D. João I o cultivo das oliveiras atinge o seu apogeu em Portugal. Sobretudo nas regiões Évora e Coimbra, ao longo do vale do Tejo, desde Lisboa até Santarém. Em 1572 surgem as primeiras licenças para o ofício extracção do azeite. Nos séculos XVII e XVIII, a oliveira era cultivada por todo o território Português. Foram criadas áreas de protecção para a oliveira e a exportação do azeite tomou proporções que a parte da produção destinada a consumo interno se viu ameaçada, levando mesmo à especulação. Esta omnipresença durou até aos nossos dias em vilas e aldeias como Oliveira de azeméis, Azeitão bem como em apelidos de famílias do norte a sul de Portugal como: “de oliveira” ou “oiveira de”. Também a cozinha tradicional portuguesa é um testemunho da presença da oliveira na cultura portuguesa – dos pratos de bacalhau às cataplanas, passando pelas migas alentejanas, quase nenhum cozinhado português dispensa o azeite. E o nosso folclore encerra em si próprio algumas belas canções associadas à apanha da azeitona. Um período houve, todavia, há algumas décadas, em que certas “modernidades” deveras nefastas, sobretudo para a saúde, conduziram a que o azeite fosse injustamente tratado e relegado para segundo plano. O conhecimento científico recente tem vindo, felizmente, a reabilitar o azeite e a cozinha tradicional dos povos do Sul, provando as suas virtudes na prevenção de doenças cardiovasculares, na protecção contra certos cancros, no controle dos níveis de colesterol. A palavra azeite que em português provém do árabe az-zeit – é o sumo da azeitona e conserva todas as vitaminas (é uma fonte de vitamina E), antioxidantes e propriedades do fruto de que é extraído. Este precioso óleo declina-se em “azeite extra virgem”, o melhor, quase sem acidez e obtido por primeira pressão a frio; “azeite virgem”, de categoria um pouco inferior e com um nível de acidez ligeiramente mais elevado; e “azeite”, mistura de óleo e de azeite virgem. Guardado num sítio fresco (à temperatura ideal entre 8 e 15 graus) e escuro, o azeite pode conservar-se durante 18 meses. Se colocado no frigorífico, o azeite fica turvo, mas basta deixá-lo de novo à temperatura ambiente para que recupere a limpidez. Em Portugal, contrariamente ao que se passa nos outros países igualmente produtores de azeite, as garrafas mencionam sempre a percentagem de acidez do azeite, o que representa uma garantia de qualidade para o consumidor.

Aplicações:

Inflamações do estômago e intestinos, febres, renites, tensão arterial alta, colesterol alto, diabetes, gota, reumatismo, fígado, gripe, prisão de ventre, doenças de circulação e coração. Tudo isto em chá pode ser em sós ao misturado com outras plantas. No caso de tensão alta usar folhas de oliveira, cratego e tília. Diabetes: folhas de oliveira, fel – da-terra e erva-de-são-roberto. Usam-se 30 g para 1l de água  da fonte, levanta fervura, deixa-se em infusão meia hora, côa-se e tomam-se 2 a 3 chávenas por dia, fora das refeições. Deve-se comer azeitonas pretas maduras, porque as verdes são nocivas para a nossa saúde. Devem-se evitar as mais salgadas, como as de conserva, sem as dessalar pois provocam hemorróidas e fazem subir a tensão. Para queimaduras deve colocar no locais queimados uma camada de azeite cru e em seguida musgos de azinheira torrada ou moída e peneirados, a cobrir toda a zona e liga-se com um pano. Este tratamento repete-se sem retirar as camadas anteriores, durante dias até à cura completa. Uma vez ao dia é o bastante. O uso de azeite frio tem utilidade para a conservação da memória. De manhã, em jejum, deve-se tomar uma ou duas colheres de sopa para combater a prisão de ventre. Para pessoas fracas e convalescentes, usa-se uma colher de sopa de azeite outra com mel e uma gema de ovo, bem batido, bebe-se de manhã , em jejum. Também uma mistura com vinho tinto cicatriza as feridas renitentes. Para a dor dos ouvidos, usa-se azeite tépido nos mesmos e tapa-se com algodão, ao deitar. Até no couro cabeludo ele tem aplicações, em loções  sobre o mesmo. A  madeira da oliveira era usada como lenha dos pobres.

Partes Utilizadas:

Frutos, folhas, casca dos ramos , flores

Propriedades medicinais:

Adstringente, anti-séptica, anti- reumática, antiálgica, antiasmática, anti-inflamatório, antilítica, broncodilatora, colagoga, depurativa, diurética, emoliente, espasmolítica, hipo colesterol , hipoglicémico, hipotensão, laxante,aromática, nutritiva ,restauradora, vermífuga, vulnerária

Referência SALGUERIO, José  – Ervas, Usos e Saberes : Plantas Medicinais no Alentejo e outros  Produtos Naturais. 1ªedição,Lisboa:Marca,2004.

Retirado de:

http://www.cantoverde.org/150plantas/organizacao.htm

http://www.dulcerodrigues.info/educa/pt/historia_azeite_pt.html

http://www.plantamed.com.br/

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